Resultados da primeira Corrida Intermodal do Porto

No dia 22 de Setembro, o "Dia Sem Carros", deu-se a primeira corrida intermodal no Porto, organizada pelo GAIA.

Inicialmente estavam previstos quatro concorrentes: Bicicleta, Carro, Transporte Público e A pé. Depois foram acrescentados mais dois: a Mota e a combinação Bicicleta+Metro.

Os participantes reuniram-se no local de partida, a rua Antonio Bernardino Almeida em frente ao Instituto Português de Oncologia. O início estava previsto para as 18h mas foi adiado devido ao atraso do concorrente Carro. Este ainda teve que estacionar a sua viatura num local adequado e dirigir-se a pé para o local de partida, segundo as regras do concurso.

A partida deu-se as 18h15.

Os concorrentes Bicicleta e Mota partiram com os seus veículos directamente do local, pois os tinham consigo. Isso pareceu adequado para a Bicicleta, embora duvidoso no caso da Mota.

Os concorrentes Transporte Público e Metro+Bici rumaram para a estação de Metro logo ali ao lado onde pouco depois passou uma composição. Tiveram sorte com este percurso, por não terem que recorrer a autocarros. De notar que desde há pouco tempo é possível levar a bicicleta no metro a qualquer hora.

O concorrente Carro dirigiu-se para o local onde o tinha estacionado, na rua da Circunvalação e começou a descer as ruas do Porto.

O local de chegada era a Casa da Horta, outro dos organizadores do evento. Como fica junto ao rio, sabia-se do inicio que a força da gravidade iria ajudar as bicicleta. Mas há muitos outros factores em jogo.

A Bicicleta, imune ao trânsito da hora de ponta, chegou em primeiro lugar, com 18 minutos. Em segundo lugar chegou o concorrente Transporte Público, que saiu na estação de metro de São Bento e continuou o caminho a pé. Demoraram 24 minutos.

Em terceiro chegou o Metro+Bici, com 26 minutos. A aparente contradição entre estes e o anterior deveu-se ao facto de este ter perdido tempo a comprar o bilhete andante para o metro.

Em quarto chegou a mota logo seguida do Carro, ambos com 27 minutos. O Carro passou em frente à Casa da Horta antes do terceiro classificado mas depois ainda teve que procurar um lugar para estacionar, e regressar a pé.

Finalmente em sexto chegaram os concorrentes A pé, que fizeram um passeio agradável pela cidade quase a esquecer que tinham um objectivo. Demoraram 99 minutos mas isso também se deve ao facto de terem feito paragens pelo caminho.


Alguns depoimentos:

Mara, A pé: "Para quem foi a pé, o caminho foi agradável! Exceptuando as partes onde os passeios são estreitos para os peões e o fumo dos carros entrenha-se nas conversas, foi agradável passear pelos jardins, encontrar pessoas conhecidas, parar para ver a arquitectura do prédio, ou o pormenor da esquina....No final fica o sentimento de este meio de transporte, os pés, são os que melhor contemplam o espaço por onde se caminha e ao mesmo tempo, mais interactivo com o meio social. No entanto, não é conveniente para grandes distâncias e com horários para cumprir!"

Pedro Gonçalves, Transporte Público: "Quem foi de transportes públicos, teve a sorte de apanhar logo o metro no IPO. O metro estava consideravelmente cheio. Engraçado verificar que encontramos vários revisores, em várias paragens. Estavam, com certeza, a tentar apanhar alguém que tivesse a ousadia que no dia sem carros os transportes públicos seriam de graça. A câmara do Porto mostra mais uma vez quais são as suas prioridades. Nem transportes de graça, muito menos cidade sem carros. Engraçado também verificar, no entanto, que na fantástica, e não muito ecológica, corrida do red bull algumas ruas foram cortadas ao transito. Irónico..."

Joana Cruz, Metro+Bicicleta: "O uso do metro, neste caso específico, não se revela vantajoso...no entanto se o caminho fosse o inverso o metro seria, seguramente, a opção mais fácil, menos cansativa e mais relaxada! nas horas de ponta, por experiencia, em qs qq parte do porto, não é mt agradavel levar a bicicleta pk ha um gd número de pessoas e torna-se mais incómodo e mais stressante, do k ir, c calma, mm numa subida, em cima da bicicleta, ou a empurrá-la no passeio, encontrando pessoas conhecidas, respirando um ar mais leve (apesar d td), e vendo um sem nr de "coisas" agradáveis pelo caminho... "

João Taborda, Bicicleta (e primeiro classificado): "Para quem foi de bicicleta, vários benefícios teve: o tempo, fresco, ajuda bastante a pedalar; o caminho, grande parte a descer, permite descansar em cima do selim. Acrescenta-se ainda a sorte com os semáforos, que foram todos cumpridos, e o estacionamento à porta, fica em aberto um desafio para o sentido contrário de forma a tirar as dúvidas."