Mais um chato a andar de bicicleta...

É de louvar este tipo de iniciativas. O Porto não é uma cidade feita para bicicletas, não pela geografia, que é mais plana do que se pensa, nem pelo clima, que ao pé de cidades do norte da Europa, é quase tropical (Lembro-me de Bergen, na Noruega, que é uma cidade que se desenvolve numa série de colinas em torno de um fjord, com ruas de grande pendência, e que é considerada a cidade mais chuvosa do mundo, e onde no inverno faz abaixo de -20ºC, mas onde anda toda a gente de bicicleta... Esses aí não se queixam!), mas sim pela falta de civismo com que somos constantemente atropelados nas ruas, quer pelos automóveis, quer pelos peões, e onde nem os próprios policias sabem o código (que já me mandaram parar por andar em contra-mão, quando o código é claro que se possa fazer se a rua só tiver um sentido, desde que o mais à direita possivel, para podermos ser ultrapassados em vias com menos de 3m de largura). Se vamos no passeio, vamos no passeio; se vamos na via, vamos na via. Numa cidade onde a maioria dos passeios não cabem duas pessoas, e onde os automóveis estacionam nas passadeiras e nos passeios, como é possivel uma bicicleta subsistir com tal malfadada viatura?

E por outro lado, torna-se incompreensivel, como sendo nós os país com os salários mais baixos da antiga EU dos 15, com os carros mais caros da Europa, e com a gasolina mais cara do mundo (sim, é verdade!), que hajam mais carros que pessoas e que cerca de 50% dos alunos se dirijam para as faculdades de automóvel, quando na Alemanha não chegam aos 9%?

Mas, na minha opinião, antes de reinvidicarmos um espaço para guardar as bicicletas, ou uma rede de ciclovias por onde possamos andar, penso que o mais importante seria um código de estrada digno para quem queira fazer o seu commuting de bicicleta, já que são vistas como instrumentos de lazer ou recreação, e não como meio de transporte, priviligiando os automobilistas e incentivando ao assassínio, dado que nem prioridade temos vindos da direita. É uma vergonha que um país dito europeu viva num estado miserável de atraso e fraco desenvolvimento.

Baixam os impostos aos carros de menor consumo e menor emissão de gases, mas esquecem o mais ecológico e prático dos transportes. Porque não seguir o exemplo de Inglaterra, onde os individuos que se deslocam para o trabalho de bicicleta têm uma redução no IRS, e as empresas que o incentivam, no IRC? Se calhar porque estamos num país viciado em carros, que para fazer um 1km, preferem fazer mais 4km à procura de estacionamento do que andar é km a pé.

É muito fácil construir estradas, pontes e tuneis, gastar dinheiro em betão, pensar em sustentabilidade e transportes, mas dificil é fazer o simples.

 

Pedro Gouveia

Estive a rever o código e

Estive a rever o código e afinal não é claro no que toca a andar em contra mão em vias de um só sentido. Desconheço porque fiquei com essa impressão. No entanto, também não é claro nem específico em ser uma infração. No entanto evito tanto quanto posso em ruas de maior movimento, dado que metade dos condutores buzinam ou dão sinais de luzes como prova de descontentamento. O mesmo se aplica a andar sobre passeios, mas tinha quase a certeza que era permitido.

boa!!

"Mais um chato a andar de bicicleta" e que nos ajuda, melhor para o ambiente, melhor para todos :-)

Boa sorte!! ;-) :-)

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